terça-feira, 14 de setembro de 2010

NOMES E TÍTULOS DIVINOS (PARTE 1)

Ao ler o texto Hebraico da Bíblia, pode-se referir ao Deus de Israel por diversos nomes e títulos significantes, desenvolvidos na história e conceitos religiosos deste povo. Os nomes são marcas distintivas e a Bíblia registra vários nomes de Deus, que não são invenções humanas, apesar de ser utilizados em linguagem humana. O Antigo Testamento revela alguns desses nomes, que serão analisados nesta pesquisa.

1. Elohim/El (Deus)
Foi usado na maioria das tradições, períodos e regiões, especialmente utilizados no Norte de Israel. Em cerca de 2.310 vezes é uma referência ao Deus verdadeiro. O termo Elohim é o primeiro nome para Deus que aparece na Bíblia (Gn 1:1), e representa o Deus Criador. A raiz da palavra também pode significar forte, com indicação de uma divindade com poder. No caso do Deus verdadeiro, “... Ele é o forte, o líder poderoso, a divindade suprema.”
É a forma plural de El ou Eloah. Sua raiz está associada ao verbo árabe “temer” e “reverenciar”, pois retrata a Deus como o Ser supremo a quem toda reverência é devida. O nome El é um termo usado para identificar a Deus, bem como, para designar outros deuses nas línguas semitas, pois esse era um apelativo comum para as divindades semitas. Comum nos relatos patriarcais, este nome também aparece ligado a um lugar ou santuário, como se pode ver nos exemplos a seguir: Betel (Gn 28:19), Peniel (Gn 32:30), Ismael (Gn 16: 11), Israel (Gn 32:28), Betuel (Gn 24:15).

2. El-Elyôn (Deus Altíssimo) Gn 14:18, 22
Este nome composto, cujo significado é Deus dos deuses, Deus Supremo, é derivado do verbo “elevar”, comumente traduzido como Deus Altíssimo, dando-lhe a característica de possuidor do Céu e da Terra e, como tal, exerce autoridade sobre esses domínios (Dn 4:35; Is 14:13-14; Dt 32:8; 2Sm 22:14). Enfatiza a força, soberania e supremacia de Deus.El-Elyon é um dos nomes que Deus se revela no período patriarcal.

3. El Shaddai (Deus Todo-poderoso) Gên 17:1
A primeira vez na Bíblia que aparece esse título para Deus é em Gênesis 17. Aqui Deus se apresenta como aquele que provê e protege. Foi como Deus Todo-Poderoso que Jeová se manifestou aos Patriarcas (Êx 6:3). Isto não significa que Jeová não era conhecido dos israelitas antes de Moisés. Este título no AT transmite a verdade de que Deus sustenta Seu povo. O termo indica ainda que Deus é um Deus de poder. Assim como uma criança recebe nutrição do peito da mãe, o povo de Deus recebe Seu poder.

4. El-Olam, Deus Eterno (Gn 21:33)
Este título indica que a existência de Deus e o Seu domínio sobre o Universo não têm fim. Ser poderoso, indica o Deus que possui todo o poder no céu e na terra, alguém que tem o poder de devastar e destruir.O uso deste nome sugere que a fidelidade de Deus foi revelada a longo prazo para Abraão nas palavras e ações de Abimeleque. Ao conceder direitos a Abraão, Abimeleque estava permitindo que o patriarca vivesse ali permanentemente. Por este nome Deus é também visto como um Deus que mantêm a Aliança (Gen. 17: 1; cf. vv. 1–8 onde Ele reiterou a Aliança).
Em alguns textos (Gênesis 48:3, 4 – ver também 49: 24), a ênfase recai sobre o Deus que é auto-suficiente em tudo. Alguns eruditos reconhecem a capacidade de Deus em abençoar ou castigar, de acordo com a situação, por isso Ele é Onipotente e Todo Poderoso, características incluídas no caráter e poder peculiares a este nome. O nome de Deus mais comum no Antigo Testamento é representado por quatro consoantes (YHWH), também chamado Tetragrama. É sobre o Tetragrama que será falado a partir de agora.

5. Yahweh

Os judeus evitavam pronunciar o nome de Deus por considerar este nome sacrossanto, de maneira que sua pronúncia tornou-se duvidosa e tem sido objeto de estudo pelos pesquisadores. O nome indica o quanto Deus é imutável, principalmente na relação com Seu povo. Neste nome encontra-se a segurança e fidelidade por excelência. Este termo só é utilizado na Bíblia em relação ao Deus verdadeiro, pois é o nome pessoal de Deus.
Os massoretas anexaram as vogais da palavra “Adonai” a “YHWH” cuja pronúncia tornou-se Jeová ou Iavé (em português). Na Mishná há uma condenação para os que pronunciam o nome santo de Jeová. A alternativa para não cair em condenação foi substituir, na leitura litúrgica, a pronúncia do tetragrama “YHWH” por “Adonai”, que significa “o Senhor”, e proclama a autoridade divina, domínio e posse. Na LXX Kyrios é a tradução de YHWH e Adonai. No NT o termo grego correspondente é “kyrios”, que transmite autoridade e supremacia. Nele está a identificação com Deus no AT.e foi aplicado a Jesus.
O nome Jeová aparece geralmente para descrever a relação entre Deus e o homem. O termo é provavelmente derivado do verbo ser (haiah em hebraico), que significa “Aquele que existe por si mesmo”, “o Eterno”. Também pode vir em forma composta conforme será apresentado a seguir.

Aguardem o próximo post...

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