sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Universal F.C. planeja retorno após dez anos

Clube mantido pela Igreja Universal do Reino de Deus já iniciou preparação para a Série C de 2011
A torcida do Corinthians é apontada com a mais fiel do país, mas essa fama pode estar com os dias contados. Dez anos após ter encerrado oficialmente suas atividades, o Universal Futebol Clube, administrado pela Igreja Universal do Reino de Deus, deverá voltar aos gramados em 2011. O clube está prestes a regularizar sua associação à Ferj, para se inscrever na disputa do Campeonato Estadual da Série C.

De acordo com levantamento próprio, a igreja tem oito milhões de seguidores espalhados por todo o país. Mas, apesar disto, os gestores do clube garantem que levar os fiéis dos templos para as arquibancadas não é o principal objetivo. Coordenador do projeto, o treinador Valdo Ferreira, de 40 anos, diz que a instituição procura dar ênfase ao lado social do esporte.

“Nossa ambição é a de abrigar não apenas a faceta de atleta de cada jogador, mas o homem. Não queremos usar o esporte para trazer novos seguidores. Queremos oferecer oportunidades a todos, independentemente de seu credo. Queremos mudar a cultura do futebol, que define rótulos. Não podemos aceitar que um jogador de 19 anos esteja velho, que de 23 anos esteja acabado. Daremos oportunidades a todos”, explica o treinador, evangélico convertido há 22 anos.

Para fazer bonito na volta às competições nacionais, o Universal Futebol Clube já iniciou os trabalhos. Há 45 dias, o elenco treina e realiza amistosos contra diversos clubes do estado. Entre eles, Boavista e Macaé Esporte. Além de entrosar a equipes, esses jogos servem para abrir novos contatos no mundo dos homens.

“Precisamos de parceiros. Daremos oportunidades para que os jovens cresçam com o clube, e outras oportunidades podem surgir para eles, no Brasil ou no exterior, e precisamos de canais sólidos”, explica Ferreira.

Favoritismo

O treinador-dirigente sabe que representar o clube da IURD gera um inegável favoritismo, e afirma que a primeira experiência, encerrada em 2000, ensina a lidar com os erros, que prefere não relacionar.

“Naquele momento, algumas coisas se perderam. Eu estava naquele primeiro momento e fui convidado a voltar agora. Temos hoje um grupo forte, competitivo, e esperamos entrar para buscar títulos. A Universal é uma potência e tem dado total amparo para tudo o que precisamos”, resume.

Fim das atividades

Do clube que encerrou as atividades em 2000, quando disputava o Campeonato Estadual da Segunda Divisão, só restaram o nome e as cores. E talvez nem isto, já que nem mesmo a manutenção do nome Universal Futebol Clube é certa. A cúpula da Iurd deverá decidir nos próximos dias.

Nestes dez anos, o clube se desfez do Estádio Eustáquio Marques que, neste período, já passou por diversos clubes: Flamengo, Estácio de Sá e, hoje, pertence ao Esporte Clube Marinho, da Série C e um possível adversário neste retorno.

Embora ainda haja muitas incertezas, o clube trabalha com duas possibilidades para exercer o mando de campo: o Estádio Mestre Telê Santana, em Duque de Caxias, ou em São Januário. “Isso ainda será definido. Mas tenho muita fé que tudo vai dar certo”, conclui Valdo. De fato, fé não vai faltar.

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